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PERGUNTAS & RESPOSTAS
RETINOPATIA DIABÉTICA - Novo Paradigma de Cuidados
situação grave. A cirurgia precoce da catarata, não só pode melhorar
a visão, como também pode permitir melhor avaliação e tratamento
da RD e edema macular.
O estadio e gravidade da retinopatia pré-operatória, bem como a
existência de edema macular, são os principais fatores prognósticos
na acuidade visual final pós-operatória
10,11,12
.
Uma retinopatia muito
grave associa-se frequentemente a maculopatia isquémica e a uma
muito grande dificuldade na resolução do edema pós-operatório e
pode levar mesmo ao seu agravamento. Uma retinopatia muito gra-
ve, proliferativa de alto risco ou de baixo risco associadas a exten-
sas áreas isquémicas, deve ser tratada, se possível, antes da cirurgia
da catarata. Pode ser utilizado laser com ou sem associação a anti-
-
angiogénicos. A facoemulsificação pode então ser executada 3 a 4
meses depois, ou após a estabilização da situação, com melhores
resultados. Igualmente um EMCS identificado, deverá ser ativamente
tratado com laser focal ou grelha e anti-angigénicos ou corticoides,
antes da intervenção sobre o cristalino. Nos casos em que o trata-
mento prévio não é possível como quando há cataratas densas e
RDP grave, descolamentos tracionais, hemovítreo, vitreoretonopa-
tia proliferativa ou outras situações, a cirurgia do cristalino deve ser
imediatamente seguida de vitrectomia , cirurgia sobre a retina e
tratamento laser da retinopatia, tudo isto precedido ou não de anti-
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angiogénicos. Pessoalmente somos mais a favor da cirurgia combi-
nada do que da sequencial, quando há indicação para tratamento
da catarata e da retinopatia, já que tendo os mesmos resultados e
praticamente as mesmas complicações, temos uma recuperação da
AV mais rápida, uma ótima visualização na vitrectomia, menos hos-
pitalizações e menos custos
4,5
.
Não podemos esquecer as muitas complicações próprias dos
diabéticos e as outras comuns à cirurgia da catarata. São exemplos o
edema da córnea, a inflamação pós-operatória, o aumento da pres-
são ocular, o hifema, a opacificação da cápsula posterior do crista-
lino, o hemovítreo, a progressão da retinopatia, a progressão do
edema macular, formação de MER e endoftalmites. Nos diabéticos
todas estes complicações, por mais frequentes e graves, terão de ter
prevenções e tratamentos mais atentos.
Existem igualmente algumas especificidades em relação aos
aspetos peri e operatórios:
O tratamento médico deve ser mantido (aplicar só metade
da dose de insulina) e os pacientes devem estar 6 horas em