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            FLUOROFOTOMETRIA DO VÍTREO E MEDIDAS DE DERRAME
          
        
        
          
            RETINIANO
          
        
        
          Em 1975, a fluorofotometria do vítreo, um método clínico quan-
        
        
          titativo para o estudo da barreira hematorretiniana (BHR), foi intro-
        
        
          duzido por Cunha Vaz et al. Este método permitiu mostrar que a
        
        
          alteração da BHR pode ser detetada e medida em doentes diabéti-
        
        
          cos com fundoscopia aparentemente normal. Esta alteração da bar-
        
        
          reira evidenciada pela fluorometria do vítreo, aparecia antes que os
        
        
          microaneurismas e a oclusão capilar pudessem ser demonstrados
        
        
          pela angiografia fluoresceínica. Estes achados foram confirmados em
        
        
          1978
        
        
          por Waltman et al.
        
        
          A BHR é responsável pelo micro ambiente retiniano e é ela que
        
        
          regula as trocas entre o compartimento vascular e o espaço extravas-
        
        
          cular retiniano; a partir daí as substância difundem-se para o humor
        
        
          vítreo. Há uma relação estreita entre as alterações desta barreira e
        
        
          uma grande maioria de doenças retinianas particularmente as retino-
        
        
          patias vasculares  e as doenças que envolvem o epitélio pigmentado
        
        
          da retina. O edema retiniano e particularmente o edema macular é
        
        
          uma das principais causas de deterioração visual que resulta de uma
        
        
          interrupção desta barreira.
        
        
          O desenvolvimento de um método quantitativo capaz de dete-
        
        
          tar precocemente alterações mínimas da barreira e monitorizar a sua
        
        
          evolução ao longo do tempo é sem dúvida um método que tem inte-
        
        
          resse clínico.
        
        
          Na fluorofotometria do vítreo utiliza-se um corante, a fluores-
        
        
          ceína, que é introduzido na corrente sanguínea; a partir daí ela vai
        
        
          atravessar as barreiras hematooculares e penetrar nos fluidos intrao-
        
        
          culares. Os gradientes de concentração de fluoresceína entre o san-
        
        
          gue e a que penetrou no humor vítreo e aquoso permite quantificar
        
        
          a permeabilidade das barreiras hematooculares. Este não é, contudo,
        
        
          um exame da prática clínica habitual.
        
        
          
            RETINAL LEAKAGE ANALYZER
          
        
        
          Uma das maiores limitações do aparelho de Fluorofotometria do
        
        
          vítreo disponível estava associado ao facto de a permeabilidade da
        
        
          barreira ser medida em termos médios ao nível da área macular. Um
        
        
          mapeamento das alterações localizadas da permeabilidade da BHR