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Quais as perspetivas futuras no
tratamento da Retinopatia Diabética
Rufino Silva
Faculdade de Medicina e Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra. Espaço Médico de Coimbra.
A fotocoagulação laser, foi durante décadas, a única arma dis-
ponível para o tratamento da retinopatia diabética. Assistimos no
entanto, nos últimos anos, a um considerável avanço na abordagem
da retinopatia diabética nas suas diferentes fases desde a prevenção
ao tratamento das formas mais graves
1
.
Corticoides de acção prolongada
A introdução dos anti-VEGFs veio alterar a prática clínica dos
últimos 30 anos. Mas outras substâncias ainda não assimiladas de
forma sistemática pela clínica, têm mostrado eficácia comprovada.
São exemplo o
implante de libertação lenta de fluocinolona
2
,
que
demonstrou a médio prazo eficácia contra o edema macular diabé-
tico. Apesar dos resultados favoráveis em vários ensaios não con-
seguiu a aprovação da FDA nos USA. No entanto foi aprovado em
alguns países europeus, nomeadamente em Portugal e será em breve
um novo tratamento disponível para o edema macular diabético.
O
implante de dexametasona
,
com uma duração de ação mais cur-
ta é outra possível arma terapêutica estando a decorrer atualmente
estudos de fase III que comparam a sua eficácia com a dos anti-
-
angiogénicos. A hipertensão ocular e a catarata são efeitos secundá-
rios a ter em consideração dada a sua alta prevalência nos doentes
submetidos a estes implantes, muito particularmente ao de fluoci-
nolona.
Microplasmina
A injecção intra-vitrea de
microplasmina
(
com resultados muito
favoráveis e em fase avançada de aprovação) trará novas oportuni-
dades para o tratamento do edema macular diabético associado a
tração vítreo-macular. A sua utilização em substituição da cirurgia